sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

NATAL QUASE PERDIDO


Uma certa noite, em uma pequena cidade do Oriente Médio, dentro de uma estrebaria um jumentinho reclamava, enquanto de perto um carneiro o ouvia dizer: -Eu não suporto mais, a nossa cidade é muito pequena e não tem mais onde hospedar tanta gente e animais. A nossa estrebaria, já está cheia, todo peregrino que trouxe o seu animal parece que resolveu lançar aqui dentro!
A vaquinha também aborrecida com tantos animais estranhos ali propôs ao jumentinho não permitirem deixar entrar mais nem um animal.
Quando de repente um ruído no portão e a vaquinha disse ao jumentinho: -Será mais um estranho e fedorento animal que vem roubar o nosso sono? Quando em meio a escura noite percebem que era um casal de pessoas que estava entrando. Então o jumentinho disse: Não! Já não basta tantos animais por aqui! E agora humanos também? Imediatamente ouviram a mulher que entrara padecendo em dores. No mesmo momento disse o jumentinho em voz baixa: -Vamos expulsar esses estranhos da nossa estrebaria, pois, do jeito que esta mulher está gemendo não vamos nem sequer conseguir dormir, e a cada momento está aumentando seus gritos. Contudo a vaquinha disse: -A idéia de expulsar quem chegasse, foi minha, mas eu falei de animais, não disse a respeito de humanos! O jumentinho disse: -Tem razão, eu concordo com você.
O carneiro se aproximou e disse: -Vamos dar uma olhadinha e saber porque esta mulher está gemendo aqui dentro, já que o lugar dos doentes é com os médicos. Ao se aproximarem do casal, os três animais levam um grande susto com o grito da mulher que silencia para dar lugar ao choro de uma criança. Assustados os animais olham um para a cara do outro. A vaquinha se anima e diz: -Eu não acredito, uma criança nasceu em nossa estrebaria, que privilégio! Questionou o carneiro: -Por que será que ela veio dar a luz entre nós?
Eles então decidiram ver a face da criança. Ao chegarem perto viram a alegria do casal que envolvia a criança em panos para aquecê-la e era um menino. -Como será o nome dele? Questionou o jumentinho, mas o carneiro falou: -Como vamos saber se os humanos não se comunicam conosco? De repente um cachorrinho entrou correndo, todo arrepiado e os animais perguntaram: O que foi que houve colega, parece que viu um fantasma? O cachorrinho respirou fundo e ainda cansado da carreira começou a falar: -Gente, vocês não sabem o que acabei de ver... E os animais disseram: fala logo e deixa de espantos! Ao que ele respondeu: -Eu estava agora pouco com os pastores nas montanhas, quando repentinamente apareceu no céu um grande clarão e um anjo reluzente falou que na cidade de Davi nasceu o Salvador do mundo, e os pastores estão vindo para a cidade procurá-lo. Admirados com a notícia, os animais olharam um para o outro e disseram em uma só voz: O quê?! O Salvador?! E o cachorrinho disse: Sim, e depois desse anjo apareceu um coro celeste de anjos que bradaram: Paz na terra e boa vontade com os homens.
Naquele momento o casal se levantou e colocou a criança na manjedoura, e o cachorrinho disse: -Quem são estes e o que estão fazendo aqui? Até agora não sabemos quem são, só sabemos de uma coisa, que esta mulher acabou de dar a luz e aí está o seu filho em nossa manjedoura. Estando eles ainda falando entrou outro cachorrinho e disse: -Gente, vamos lá fora e ver que maravilha, uma linda estrela resolveu iluminar a cidade de Belém, e ainda não desapareceu... Antes que saíssem, perceberam que a estrebaria estava sendo invadida, eram os pastores que receberam a notícia nas montanhas da Judéia. Os pastores se aproximaram da criança na manjedoura e prostaram-se e adoraram-na.
E os animais olharam um para o outro e disseram: Eu não acredito! O Salvador do mundo nasceu entre nós! E os animais começaram a comentar: Por pouco, não expulsamos eles daqui e teríamos perdido o privilégio do Filho de Deus nascer entre nós. Poxa! Por pouco não perdemos o Natal.


EGIVANILDO TAVARES

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